terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Novo olhar

Dizem-me que ter filhos muda tudo. Muda até a forma como vemos as coisas, como assistimos ao desenrolar dos dias, como sonhamos. Tomo um café a ver o mar imenso desta vila pacata e ouço alguém dizer que a mudança é profunda... mais do que qualquer outra que possa ter acontecido até ao dia em que somos pais.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Proibido ter pressa

Os meus prazos são para ontem. A profissão que escolhi obriga-me a ter esta atitude permanente. É tudo para hoje, para daqui a duas horas, é preciso concretizar uma tarefa em pouco tempo, sempre a correr, sempre com prazo definido, marcado.
Quando percebi que não podia ter prazos para engravidar, tive de mudar a atitude mental. Pelo menos, tento fazê-lo. Neste momento, não saber os porquês e imaginar respostas é o pior. Num mês faz-se uma análise ao sangue, noutro uma ecografia, noutro o espermograma. Devia ser tudo muito mais rápido. Quando se entra num hospital público para tratar uma doença como a infertilidade temos mesmo de esquecer os prazos. Para fazer uma análiseao sangue, por exemplo, mandam-nos estar lá às 8 da manhã em jejum, mas só abrem o guichet de inscrições perto das 9. É mesmo proibido ter pressa.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Repetição

Todos os meses o cenário é o mesmo. Um atraso na chegada da menstruação e eu já sonho com o que vou dizer aos meus pais, como vou contar aos amigos e ao chefe que estou gávida. Depois de uns quatro dias de espera, vou à farmácia e compro o teste. A ansiedade é inimiga de quem está a tentar engravidar. O resultado é negativo, sempre. Uns dois dias depois e aparece o periodo.
Este mês, pelo contrário, estou com um atraso de 13 dias e nada. Os peitos estão inchados, mas o resultado do teste deu negativo outra vez. Pior do que só ver um traço vermelho a ditar o destino é nem sequer ter mestruação. Será que vou aguentar até Março a consulta na Maternidade?